O CLARÃO DE DEUS

Nas noites de minha vida
Vaguei na escuridão
Nem a lua ou estrelas
Tinha delas o clarão

Em trilha oculta andei
Sem saber onde pisar
Sempre com desconfiança
No caminho a avançar

Além das trevas noturna
O sereno perturbava
Misturando com as lágrimas
Que meus olhos derramava

Meu chorar era em razão
De não ter nenhum destino
Era um fado agregado
À vida de um peregrino

O amor era um harém
Que eu estava a procurar
Mas havia três degraus
Que eu deveria encontrar

O primeiro deles era
O degrau da afeição
O segundo, a fraternidade
De pai, de mãe e irmão

Mas no terceiro degrau
É que eu punha o pensamento
Mais difícil de subir
Pois era no firmamento!

Tal amor estava em Deus
Poderoso Criador
Que por ser santo e divino
Não estava a meu dispor

Isto por que o amor afetivo
Do corpo e da humanidade
Era um impedimento
Para a minha divindade

Porém consegui chegar
Às raias do amor divino
Quando em meio a uma noite
Cristo mudou meu destino

Santificou-me a alma
E me tirou da escuridão
Subi para o firmamento
Onde Deus tem Seu clarão!