Quando eu morrer

Quando eu morrer,

na inquietude

de algum outono amarelo

não quero tristezas.

Triste já é a vida,

com suas esperanças duvidosas.

Quando eu morrer,

quero uma chuva

que pareça sem fim

mas que tão breve acabe

como, inevitavelmente,

acabam nossas certezas.

Quero abraços docemente

paralisados.

E quero amigos

em torno de um vinho,

bebendo suas próprias dores

e esquecendo

letra a letra

o meu nome.