E do Verbo a Poesia se fez Carne

E do verbo a poesia se fez carne

então o poeta versificou-se

e nas linhas da vida a nova estrofe

com rimas de cores intensificadas.

E do verbo a vida se fez morte

então o poeta adormeceu mil anos

e nas linhas um vazio de silêncio

sem rimas, apenas a introspecção.

E do verbo a ressurreição se fez vida

então o poeta despertou junto ao sol

e as linhas agora estão repletas novamente

de rimas e de metáforas e de verossimilhanças.

E do verbo o sonho se fez realidade

então o poeta voou pelos cimos do céu

e as linhas eram as linhas do horizonte

e as rimas eram palavras do coração.

E do verbo a poesia se fez inverno

então o poeta desceu ao nadir do inferno

e nas linhas sofrimento e ranger de dentes

e as rimas eram cânticos de lamentações.

E do verbo a poesia se fez outono

então o poeta derramou suas folhas

e nas linhas um gélido calafrio anímico

e as rimas esperaram uma nova estação.

E do verbo a poesia se fez verão

então o poeta estendeu suas mãos

e nas linhas eram versos de solstício

e as rimas eram músicas de fulgor.

E do verbo a poesia se fez primavera

então o poeta contemplou seu jardim

e as linhas eram flores multicores

e as rimas então chegaram ao fim.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 03/05/2014
Código do texto: T4792329
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