A ASSOMBRAÇÃO


Era mais de meia noite
Quando por uma estrada eu ia
Vi ao clarão da lua
Que uma porteira havia
Estava ainda distante
Mas no escuro horizonte
Vi que ela resplandecia

Quando fui me aproximando
Do clarão misterioso
Percebi que o mourão
É que estava luminoso
Como sendo uma assombração
Irradiando o clarão
O que me deixou nervoso

Tive uma tremedeira
E meu corpo arrepiou
Lembrei-me que alguém falara
Que ali, um homem se matou
E que naquela longa estrada
A porteira era assombrada
Muita gente se assustou!

Mas meu medo era passivo
Pois eu era um peregrino
Já passara por apertos tais
Desde o tempo de menino
Talvez seria uma alma penada
Que tinha data marcada
Pra morrer em seu destino.

E como ali fora morto
Numa ação do próprio corpo
Tornou-se em alma penada

Fiz ali uma oração
Pedi pra Deus dar-lhe o perdão

Acabou-se o clarão
Normal ficou o mourão!

Eu segui tendo em memória
Pensando escrever a história
Daquela minha visão!
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