A morte do poeta
Já fazia horas da noite escura
Em um copo, café ainda quente
Soltara seu aroma envolvente.
Enquanto o papel, só rasura.
Olha daqui, pensa dali, hora passava.
A noite negra parece consumir.
A beleza que encontrara, fez sumir.
E o papel ainda nada rabiscava.
Já quase na manhã do brilhante céu,
o café já foi e um novo feito.
nada o deixava satisfeito
Enquanto nada saia do papel.
Acabou o breu da noite, sem calor.
O astro rei deu o ar da graça.
O poeta insatisfeito, em desgraça
Deixou o papel e a caneta por amor.