Dia - a - Dia

Quatro e trinta da manhã

Tenho de levantar bem cedo

Na garrafa café

Preto e forte

Saio pelas ruas e vou sem medo

No peito o motivo da minha fé

Ao temo minha sorte

Minha jornada é dura

Não chão de fábrica

Minha luta

Dou um beijo nas crianças

Minha intenção é pura

E nada abala minha esperança

Um abraço na mulher

Me despeço: vai com DEUS

São cinco e meia

O ônibus lotado

Empurra, empurra

Não tem ir sentado

Que loucura

São quarenta minutos em pé

A coisa é feia

Mas meu sorriso e minha fé

Não me deixam desistir

Quando volto pra casa

As crianças já foram dormir

Minha mulher cansada

Da longa jornada

De uma dona de casa

O salário é curto

O desafio é imenso

Os filhos pequenos

O motivo de minha alegria

A imagem de Nossa Senhora Aparecida

Em cima da cômoda

Me protege todos os dias

Quanto as quatro e meia do dia seguinte

Tudo vai de novo começar

Niko Gabriel
Enviado por Niko Gabriel em 10/06/2014
Código do texto: T4839275
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