Subversivo Poema

O poema queima e ferra

nas páginas frias da madrugada sem sono,

depois cava palavras na terra

cheia das folhas secas do abandono...

O poeta quer esquecer, mas o poema

prende um grito nas suas mãos duras,

e o poeta, que pragueje, que trema,

solta os versos que visitam as perjuras!...

De novo, uma esperança é visível

na curva do impossível...

E não vê o poeta que é a mão

do poema, em subversiva ação,

que na madrugada insone tece

a nova ilusão em que o amanhece...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 10/06/2014
Reeditado em 15/09/2014
Código do texto: T4839865
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