A flor que pintei na tela
Não era a colhida pelo meu olhar;
Não soube a mão pincelar o resgatado pelos olhos.
 
A flor que os olhos colheram
Não era a que florescia diante de mim;
Era a que moldei em meu desenflorar,
Em pensamentos desarrumados,
Em terras que reguei com sombras sutis.
 
Se eu tivesse olhado a flor
Desprendendo-me  da turvação dos sentidos,
Sem laços que fardam a existência,
Eu realmente teria enxergado a flor.
Mas uma embriaguez entre mim e sua existência
Deu-me jardins de marasmos.


 
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 15/06/2014
Reeditado em 11/08/2014
Código do texto: T4845484
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