EM CHAMAS

Ainda abro a porta desta comporta e regurgito 

“ou engulo de vez esse apelo mais que meio”

Flor em chamas  só chama água... 

Só a imaginação crê nestes voos no leito

de borboletas, de beija flores e de quero, quero...

O seio desnuda com a seca, chora a rosa,

Chora a esperança e o louva deus no roseiral...

O caule curva-se diante a estiagem e as folhagens amarelam

Os espinhos despontam!

E o botão se apequena ainda mais... 

Se fiz fumaça dancei nua descalça, 

Se pedi chuva, não ao Tupã... Ser tão

Ainda nadam apenas as meninas dos meus olhos

Torra o chão, torra até o caminho do grotão! 

E o jardim não mais floriu ...

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 15/06/2014
Reeditado em 15/06/2014
Código do texto: T4845978
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