CABELOS DE MEDUSA
Sei que a leve brisa em si não alivia,
Não diminui, abranda, nem apaga,
As ainda brasas, lumes nas frias cinzas
Que na pira do meu peito ainda aguardam
Inútil, hoje lembrar que um certo dia,
Saído da fumaça que o vento propaga
Era eu fogo, facho ou algo muito cálido,
Doce ilusão fremente que a mente embala
Eis, agora então a necessidade
De que um vendaval perturbe as noites vazias
E desfaça os cabelos da medusa morta
Eis, agora então a veracidade
Que a penumbra noturna em vão escondia
E a manhã revela ao lume, tão exposta