CABELOS DE MEDUSA

Sei que a leve brisa em si não alivia,

Não diminui, abranda, nem apaga,

As ainda brasas, lumes nas frias cinzas

Que na pira do meu peito ainda aguardam

Inútil, hoje lembrar que um certo dia,

Saído da fumaça que o vento propaga

Era eu fogo, facho ou algo muito cálido,

Doce ilusão fremente que a mente embala

Eis, agora então a necessidade

De que um vendaval perturbe as noites vazias

E desfaça os cabelos da medusa morta

Eis, agora então a veracidade

Que a penumbra noturna em vão escondia

E a manhã revela ao lume, tão exposta

Franz Znarf
Enviado por Franz Znarf em 07/07/2014
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