Um brinde aos poetas




Um brinde a natureza forte do poeta
Que luta incansável com as letras
Vive dicionário ambulante
Jogo feroz pragmático
Semanticamente incorre em deslizes
Num arfar de peito resgata a sanidade
Constrói imagens e signos
Garimpa ouro em mar de ouriços
Embriaga a alma nas fontes
No calor do aconchego exala perfumes
Inebriantes drogas afrodisíacas
Larga-se em desgostos gramaticais
Talha impressões comparadas
Fere com ferro quente seus versos
Gela e congela os dedos
Arqueja suspira luta
Por fim despeja a poesia
Que se acomoda gentilmente no papel
Adormece o trabalhador a consciência

 
...
Despojado do encanto
Em vil contentamento
Enleia o artista poeta
Sonhos desembargados
Envoltos de entrelinhas
Ego efêmero instala
Novo enredar de palavras.
Jennifer Melânia
Enviado por Jennifer Melânia em 12/07/2014
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