A Incerta Jornada de Um Guerreiro

Numa ocasião, ferido eu estava,

agonizante e arfante.

Sentia que a morte abraçava-me,

e, dificilmente, me libertaria.

Encontrava-me em meio ao nada,

cercado pelas areias escaldantes

de um deserto desconhecido e lancinante.

A cada olhada ao horizonte,

meus resquícios de esperança esvaiam-se

e eu padecia.

As velhas cicatrizes em meu corpo latejavam,

e os cortes de um recente combate sangravam,

fazendo-me recordar das hodiernas

e das antigas batalhas.

Então, simplesmente fechei os olhos,

embainhei minha espada

e aguardei pelos anjos celestiais.

Ou, quem sabe, pelos demônios infernais...

Porém, nada aconteceu.

Traguei um punhado de ar,

minha espada tratei de empunhar

e o meu caminho continuei a trilhar,

trôpego, cambaleante,

porém, confiante,

ainda que não soubesse

o que estaria a me esperar...

Igor Bardo
Enviado por Igor Bardo em 17/07/2014
Código do texto: T4885001
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