Memória

Quando chega a noite dos tempos,

aquela em que as estrelas

ocultam-se na escuridão

só a memória persiste

aconchegando-me em seus braços

embalando-me os sonhos...

Essa memória, eu escolhi pra mim,

quando cortei tudo que era indesejável

preparando-me para as noites

sem nenhum brilho exterior.

Mas, não quis faze-las seguras,

como um dia claro, nem preenche-las

de um inventado amor...

Também, não quis fazer história

cheia de fatos e cronologia...

dessas em que as provas eliminam

o herói, o mito e a fantasia...

Nem perseguir a verdade incontestável

a que todos têm direito...!

Só reuni o que de mais belo existia

para povoar este mundo interior

feito de verdade e imaginação...

Lembranças do que testemunhei

e ninguém viu...

De tudo que guardei para guiar-me

em noites de profunda escuridão.

Mareluz
Enviado por Mareluz em 27/07/2014
Reeditado em 09/11/2014
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