Ando

Eu ando tão injusta , eu ando tão cega , tão inquieta minha alma terna desassossegada por que não enxergo o quanto injusta tenho sido comigo ao desejar qualquer coisa possível que diante do que mereço seria impossível desejar qualquer coisa que seja.

Eu ando tão cansada de não poder fazer nada , fazer alguma coisa que eleve minha alma , que a deixe na sua normal temperatura que a deixe na sua quietude na qual eu não me sinta cansada e sempre transpire ternura.

Eu ando , ando , e continuo parada , realidade cruel me afasta do convívio constante com minha alma , me tornando estranha dentro da minha própria metáfora , de que eu sou algo que sei o que e , mas eu que não sei quem sou.

Monica Moura