DEVANEIOS


Vestida toda de branco,
Com grinalda, voal e brocado,
A bela jovem adentra solitária
Pelos arcos da antiga catedral,
Apenas iluminada  pelos raios do sol,
Através do antigo vitral.

O  facinado espectador
Postado num dos cantos da catedral
Aprecia a cena, inebriado,
E chora emocionado,
Ao ver a pobre noiva
Carregando um biquê desbotado.

A jovem noiva solitária,
Cruza então o último arco da igreja.
Cumprimenta os invisíveis convidados
Depois, entrelaça o braço do noivo fantasma,
E sublime, sobe os degraus do altar,
Em meio ao silêncio funeral.

Postada diante do altar
Após um longo silenciar,
A noiva exclama em alto som:
- Sim! Aceito!


Uma gargalhada sonora
Destoa no ambiente sagrado
Tirando a pobre criatura do transe,
Em que se encontrava até o momento.

Devagar, ela gira o pálido rosto
De olhos vazios, sem cor,
E tomba inerte ao solo,
Com um simples suspirar.

O gargalhar se mistura ao pranto.
Àquele, que a tudo assistia e ria,
Assustado, corre até a pobre noiva,
Porém, quando se aproxima,
Aplausos por todos os cantos.

Incrédulo, ele pergunta:
- Encenação ou verdade?
- A noiva continua desacordada!

“Devaneios de uma frágil mente?”


Escrito por Cristawein
.

 
Cristawein
Enviado por Cristawein em 28/07/2014
Reeditado em 10/10/2014
Código do texto: T4900482
Classificação de conteúdo: seguro