No espelho.

Plenos desconfortos numa manhã fria

Pesos e medidas de acordo com o cliente

Murmúrios banhados em café quente

Escravizado pela burrice do dia-dia

No espelho vejo Sísifo animado

Já sem dentes, mas ainda absorto

Caravelas sem velas ancoram no porto

Grilhões presos em um cadeado.

A mesma apatia de pássaros sem canto

Não faz cessar o ultimo pranto.

E lágrimas são derramadas

O universo reclama as dores

O delírio instintivo de predadores

Conclusões já não são nada.

Thiago Cica
Enviado por Thiago Cica em 01/08/2014
Reeditado em 29/06/2015
Código do texto: T4905637
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