No espelho.
Plenos desconfortos numa manhã fria
Pesos e medidas de acordo com o cliente
Murmúrios banhados em café quente
Escravizado pela burrice do dia-dia
No espelho vejo Sísifo animado
Já sem dentes, mas ainda absorto
Caravelas sem velas ancoram no porto
Grilhões presos em um cadeado.
A mesma apatia de pássaros sem canto
Não faz cessar o ultimo pranto.
E lágrimas são derramadas
O universo reclama as dores
O delírio instintivo de predadores
Conclusões já não são nada.