Paixão noturna

Uma porta se abriu na trilha da noite triste

Era como qualquer descer aos restos da terra úmida

Pelo caminho que outrora aqueles lábios desconhecidos se entregaram a outrem

Perfumes conhecidos arrebatavam paixões mortiças na latência do ser

Aromas com gosto de escuridão faceira

Como um cão farejador

Ainda a desejarei?

Quantas vezes estarei em ti?

Quantas a procurarei atenuando meus próprios calos?

Aquieto-me a sentir profundidade traição

Agora o elo se parte

O lado negro habita nas entranhas do teu corpo

Se pudesse estender-te-ia a mão

Mas nossas mãos são palavras que se desencontram,

São folhas brancas ansiosas pelas imagens

Tu és flor docilmente amarga

E eu não sei o que sou...

Tu também és desejo e eu ainda não me achei em ti...

Aqui, agora em vão fantasiando dores eu

Dores, sim, elas são gostosas de sentir

Quando o mistério é jogo

Nesta aquiescência vulgar...

...leias-me então

Talvez brilhos nos enlacem

Talvez...

Talvez das palavras

Amanheçamos na mesma trilha

Tu ainda não me conheces

Porque tu sempre passas fugaz

O que fica é o que tenho guardado de ti

Teu perfume e tua entrega à loucura na escuridão...

Mesmo assim... Amo-te!

Geovani Silva
Enviado por Geovani Silva em 02/08/2014
Código do texto: T4907013
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