Devassidão da Lua
A Lua penetra
Com a sua luz singular
Nos teus mistérios.
Tua luz nua sob a lua
Já guarda em ti uma arte
Os rios e aves noturnas
Persistências selvagens
Histórias em series
Numa tarde.
Com lágrimas puras sob a face
Celebro tua pintura
Minutos inexoráveis na rua
Minutos inesgotáveis em si
E gotas nascentes
Fervem nas aparências
Logo ao tocar.
São motivos são mistérios
Abrigam teu frio minha tela
Primitiva parte das partes
De tudo que vive ou renasce
Os ensaios nos quais te apreendi
Artérias e veias da natureza
Que fluidificam enfim.