Caixeiro Viajante

Quando chegar no fim, eu vou sair

Vou sumir, viajar, velejar,

Sonhei que ia de bar em bar,

Conhecendo novas aventuras,

Um romance em cada olhar,

Vivendo de paixões sem nexo,

Sem sentido, até mesmo sem nenhum acesso,

Vou reescrevendo a minha historia,

Me reescrevendo,

Me reinvento.

Em cada estado encontro você,

Que não passa de mais uma,

Vou revirando minha vida,

Recriando essa fantasia,

De viver sem nenhuma paixão que seja só minha.

Em cada bar, em cada esquina, em cada estado,

Em cada latrina,

Vou jogando meu amor,

Para qualquer um que queira viver essa sina.

Vou viajando, sofrendo como caixeiro viajante,

Me apaixonando a cada instante,

Por toda essa vida.

Vou sumindo, velejando,

Navegando nesse mar de estradas, pegando caronas,

Inventando amantes mal amadas,

Criando fantasias que cabem cada vez mais nessa finta minha.

Vou criando esperanças, me preparando para cair no mundão,

Quando na verdade, nem tenho coragem para sair do chão.