Vendo o mar calmo num mar em fúria

E vejo que veio o inverno

E trouxe o sono e deixou o sonho;

A mão cheia que vejo cheia

De dedos na cuia que bebe

Para ir depois ao assanho.

Vejo vindo a música

E afastando o medo

Que não mais o vejo (foi-se, bem feito)...

De repente um velho que vemos

É um avô que vem e que vai

Com os cabelos brancos voando

Ao vento do ventilador.

Tal velho vestido com o seu terno e calça

De sedas puras ou puros pensamentos;

O que causa em real ou em sonho

A vil inveja

Avessa e à beça

Nunca interessou!

Agora finda o inverno,

Advém primavera na vida e alusão;

É fenda aberta para o inferno,

Pois se automutila - pois se “automergulha”.

(em comum a comunhão)

Em mão achou-se a chave

E também de sol a clave

(com o sol de bordão)...

Pois é inspiração em redes, em flores, em cores,

Em muitos sintomas compostos

Postos em mar e em fúria

Em (mar em fúria)

Em milhões de amores.

André Anlub®

(26/7/14)

Site: poeteideser.blogspot.com