A PRIMEIRA PEDRA
I
Lavrada pela insistência de dedos compulsivos
na fendida inércia do álveo cânon.
Colhida na deiscência dos suspiros,
matéria amorfa na folha hialina,
nela cinzela a obsessão do bardo.
Atirada,
a pedra lapidada esfacela-se,
morre o poeta, nasce o magistrado.
Juiz de pó...
Togado e só.
II
Da lava incandescente
rocha talhada
tempo e pressão
PEDRA
partícula de planeta-pedaço neste universo estilhaçado
a partir de 1 grão
PRIMORDIAL.
Prego e martelo
Foice e faca
Imagem e altar
Triunfo e troféu
Lança e broquel
Juiz e algoz
Na boca, a morte
Na mão, a pá
No chão, a lápide