A PRIMEIRA PEDRA

I

Lavrada pela insistência de dedos compulsivos

na fendida inércia do álveo cânon.

Colhida na deiscência dos suspiros,

matéria amorfa na folha hialina,

nela cinzela a obsessão do bardo.

Atirada,

a pedra lapidada esfacela-se,

morre o poeta, nasce o magistrado.

Juiz de pó...

Togado e só.

II

Da lava incandescente

rocha talhada

tempo e pressão

PEDRA

partícula de planeta-pedaço neste universo estilhaçado

a partir de 1 grão

PRIMORDIAL.

Prego e martelo

Foice e faca

Imagem e altar

Triunfo e troféu

Lança e broquel

Juiz e algoz

Na boca, a morte

Na mão, a pá

No chão, a lápide

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 16/08/2014
Reeditado em 03/09/2014
Código do texto: T4925121
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