algum lugar

as vezes leio prognósticos

sobre lugares inóspitos

confesso que as vezes

tomo um banho com permanganato

para apaziguar

alguns supostos pecados

desperdiço guardanapos

fabricados em tangamandápio

e me comporto

como um folclórico personagem

de monteiro lobato

nossos problemas

são extremamente densos

você poderia enterra-los

num fatídico pomar de realengo?

sob os cuidados do pierrot

e

das mazelas de alguma

doida

mendiga ou trovadora

o que seria a mesma coisa...

a morte pode ter

vários aspectos

como por exemplo

um anzol com terçol

e cheiro de sepacol

impressos num prospecto

depender dos outros,

conviver com os outros

sei lá

é uma merda difícil de aguentar

será que existe algum lugar

pra chamar de meu lugar?

talvez seja egoísmo

misturado a chouriço

mas confesso que as vezes

questiono-me

sobre isso

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 17/08/2014
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