POETA VAGABUNDO
POETA VAGABUNDO
Não tiveste por amante, senão este simples poeta.
Mas seguirás com anseio minha vida aventurosa
Vamos-nos, embriagados, nessa ilusão deliciosa,
No zigue-zague do acaso, como voa a borboleta.
Sentirás por perto um’alma carinhosa e pura,
Deste que para ti, tantos versos de amor já disse,
Simples versos, falando das erógenas meiguices,
Quando, ao enlaçar-te nos momentos de loucura.
Evoco-te, ó mulher, não me a vontade infirmes
De alcançar, impávido, para nós dois o elísio;
Espojarmos, em versos, deleites em terra firme,
Convoco-te a seguir-me, do passado sou oriundo,
Posso, contigo, ser um poeta pronto, ó mulher!
Sem ti, crê, serei apenas um poeta vagabundo!
De egê- SP
do livro poeira e flor vol III