Sombra no espelho

Vejo-me um comutador sequencial.

Duas chaves iniciais e

Exponenciais "Eus" em C.I.s

E tudo seria linear. Entretanto

E concomitante, há algo a escorrer

Entre as fissuras da razão ressequida,

Leniente ao sol da vigília.

Em vão, a consciência encapsula o circuito.

E ela desliza fleumática pelos sulcos

Da minha mente sonolenta.

Se nega à física de partículas,

Num animismo paleolítico.

Se apodera de minhas deduções,

Cancela a indução mais elementar.

Devora a monotonicidade do pensar e

Vejo-me um vaso sanguíneo;

Um negrume fibrilante;

Um neurônio carnívoro;

Um demônio esquivo.

Um sussurro,

Um suspiro.

Um grito.

Nada mais.