O poesiar

Palavras, eu uso

Por tempo as tenho

Só nelas me embrenho

O dizer é que árduo.

Busco a forma

De com sentimento

Redizer o mundo,

O momento.

É inevitável a luta

Com essas criaturas

Tenho que tê-las nos braços

Nuas, límpidas e puras.

À cama vamos

Apassentá-las é preciso

Fazê-las ofegar

Entregar-me suas almas puras

Conceder então uma nova criatura.

Nasce logo o poema

Fruto de disputa e prazer

Como o sol

Que depois de sua luta com a lua

Se põe inusitado a cada entardecer.

(Poema vencedor do Festart 2001 da Universidade Católica de Brasília)

Fábio Stoffels
Enviado por Fábio Stoffels em 19/05/2007
Código do texto: T493128