O poesiar
Palavras, eu uso
Por tempo as tenho
Só nelas me embrenho
O dizer é que árduo.
Busco a forma
De com sentimento
Redizer o mundo,
O momento.
É inevitável a luta
Com essas criaturas
Tenho que tê-las nos braços
Nuas, límpidas e puras.
À cama vamos
Apassentá-las é preciso
Fazê-las ofegar
Entregar-me suas almas puras
Conceder então uma nova criatura.
Nasce logo o poema
Fruto de disputa e prazer
Como o sol
Que depois de sua luta com a lua
Se põe inusitado a cada entardecer.
(Poema vencedor do Festart 2001 da Universidade Católica de Brasília)