a balada da escuridão do mar
como algum maestro erudito, superestimado, abismado
pelas sombras e estribilhos de exímias musicistas
barítonas
elas exalam um elixir de avelã sob teu violão
pitadas de paixão
misturadas a batidas neutras de algum mudo coração
nos inócuos esquadros de uma complexa
canção
é água viva dançando sob o canto de uirapuru
anita malfati, abaporu
rochas marítimas formando anfiteatros para as tenores
valquírias
e penas de cocar ofuscando a escuridão do mar
a inexorável falta de liberdade sempre gerando
goiabadas derretidas sob fábricas de música
angelicando poemas desconhecidos e sem ética
e extrapolando barreiras de nossas velhas, cansadas, abatidas
arrependidas e usurpadas
cidades magnéticas
como os antigos viscondes do rio de janeiro
construindo planetários, dobrando sinos
infelizmente,
posteriormente enjaulados pelas pioneiras testemunhas de jeová
uma tristeza que jamais cessará
quem é esse garoto
que sempre dissipa todos os engôdos?
só queria escrever um pouco, observar o mar
deixar meu corpo
descansar
e tudo isso passará batido
igual este poema, igual minha vida
minha existência