a balada da escuridão do mar

como algum maestro erudito, superestimado, abismado

pelas sombras e estribilhos de exímias musicistas

barítonas

elas exalam um elixir de avelã sob teu violão

pitadas de paixão

misturadas a batidas neutras de algum mudo coração

nos inócuos esquadros de uma complexa

canção

é água viva dançando sob o canto de uirapuru

anita malfati, abaporu

rochas marítimas formando anfiteatros para as tenores

valquírias

e penas de cocar ofuscando a escuridão do mar

a inexorável falta de liberdade sempre gerando

goiabadas derretidas sob fábricas de música

angelicando poemas desconhecidos e sem ética

e extrapolando barreiras de nossas velhas, cansadas, abatidas

arrependidas e usurpadas

cidades magnéticas

como os antigos viscondes do rio de janeiro

construindo planetários, dobrando sinos

infelizmente,

posteriormente enjaulados pelas pioneiras testemunhas de jeová

uma tristeza que jamais cessará

quem é esse garoto

que sempre dissipa todos os engôdos?

só queria escrever um pouco, observar o mar

deixar meu corpo

descansar

e tudo isso passará batido

igual este poema, igual minha vida

minha existência

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 26/08/2014
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