Eis o Sono da Razão

Que sandice preocupar-se com grãos,

com partículas, farelos e células.

Ter forte elo com a preocupação.

Que sandice envelhecer antes do tempo,

às vezes guardar proventos por prevenção

Que atestado de loucura preocupar-se com o não,

preocupar-se com o sim, preocupar-se em vão...

Eis o corte em minha carne que já não dói,

o sangue que já, não jorra, é a pressa da demora,

dos deuses e dos heróis.

Ou seriam dos astros e dos satélites?

Quão importante seria a relação do tempo

Para despejarmos toda nossa calma

Nas entranhas e minérios da terra

Rumo ao desconhecido e o adeus das palmas

Que ledo engano evitar a imaginação

Não passear pelas idéias repentinas,

Nas breves visitas fora de estação.

Desejos fora de medida, na imagem turva,

Frutos que parecem fora do alcance da mão.

Colossal loucura essa, a dos sensatos

Que acreditam ser leve, o pesado sono da razão

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 27/08/2014
Código do texto: T4939749
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.