o acre

é um dissonante acorde esquecido, repulsivo

é o único unicórnio iludido

é uma cama de gato mutante na casa da árvore distante do acre

é adultério em monastério

é instância de múltipla aglomeração beirando a suave solidão

é estilhaço de xícara colado ao chão

é copular num capim santo depurado e violentado

sob as tristes tríades dos calamitosos cantares do ríspido rei salomão

é antrax na posta-restante enviada ao futebolístico manifestante

sob o controle mental de algum xenofóbico xilofone (falante)

é a cláusula contratante

é a última lata de cerveja congelada

merda, baque, queda e bate, fere, quebra, pula e late

abre e ladra e pula em iate, cospe cobre e entorna mate

repele e entope o ralo, o quarto, a sala e a coitada da privada

é a publicidade do youtube refratada no chorume da irmandade

na cidade dos confrades

andrades

padres

madres

olá, meu nome é: acre

é um belo boto desalmado num aquário alfandegário

é ela e ele sem ela e eu e ela na capela

é um pulmão cancerígeno

é um filho pequeno

é um lindo avião planando feito um?

lindo gavião

o alcance inflamável de teu corpo inalcançável

em compressas de fluidos do teu cheiro diluído

azeitona enlatada da promessa frustrada no fio da meada

da conversa

fiada

de antigos

travesseiros

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 28/08/2014
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