mil mendigos

há um visgo de asterisco logo acima do obelisco

drenagens linfáticas, comedores de alfafa

fãs da cláudia raia e todos esses heróis de guerra (sem medalhas) que fustigam samambaias na leveza da beira da praia

te belisco, te atiço, lanço discos com feitiço

toalhas, tralhas, gralhas, cartas magnas

coisas tão raras e abstratas construídas pelos inigualáveis índios de arapiraca

(sob a rústica regência do magnífico maestro plínio cana brava

induzido a pequenos petiscos regados a mequetrefes beterrabas cozidas em terno leite azedo de cabra)

um barranco forrado em tela de amianto,

crianças com sarampo, shampoo contra sarampo

grampeador sem grampos,

mil mendigos sacripantas mutilando seus discípulos com cancro

são lembranças de um retrato em preto e branco

a arma nuclear do teu olhar, o abrigo de um inimigo sem umbigo

um porco muito louco que arde em brasa, pistas falsas e asfaltadas

cruzadas, marmeladas

rio doce de águas rasas varrendo a via láctea

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 31/08/2014
Reeditado em 31/08/2014
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