mil mendigos
há um visgo de asterisco logo acima do obelisco
drenagens linfáticas, comedores de alfafa
fãs da cláudia raia e todos esses heróis de guerra (sem medalhas) que fustigam samambaias na leveza da beira da praia
te belisco, te atiço, lanço discos com feitiço
toalhas, tralhas, gralhas, cartas magnas
coisas tão raras e abstratas construídas pelos inigualáveis índios de arapiraca
(sob a rústica regência do magnífico maestro plínio cana brava
induzido a pequenos petiscos regados a mequetrefes beterrabas cozidas em terno leite azedo de cabra)
um barranco forrado em tela de amianto,
crianças com sarampo, shampoo contra sarampo
grampeador sem grampos,
mil mendigos sacripantas mutilando seus discípulos com cancro
são lembranças de um retrato em preto e branco
a arma nuclear do teu olhar, o abrigo de um inimigo sem umbigo
um porco muito louco que arde em brasa, pistas falsas e asfaltadas
cruzadas, marmeladas
rio doce de águas rasas varrendo a via láctea