MOMENTOS.

MOMENTOS.

Pictórico, meus amigos pensam que são meus

Mas desconhecem os meus próprios "eus".

O cotidiano trata-te como mero subserviente

Um submisso do momento, um inconveniente

Os pensamentos confidenciados têm credenciais do desespero

Da aflição e da ansiedade, juntas e com destempero

De tanto pisotear em destinos de espinhos

É salutar dentre os momentos da vida, traçar outros caminhos

Para isentar-los dos meus sofrimentos surdos.

Causa-me dor abandoná-los à justa causa dos absurdos

O coração faz-se carroça puxada pela mula da saudade

E é tão feia que foge do tempo com celeridade

Quer mudanças a todo o momento, por medo e covardia

Não clama a compreensão de sua amiga melancolia

Geme por esse casamento agônico sufocado pelo ar

E esquece que todo homem, tem vergonha de chorar.

Aos antipáticos fui sincero e fiz meus amados inimigos

Sou feliz com os dedos que tenho, são únicos e amigos

Às mulheres que amei peço perdão por gostar de plurais

Sem perder tempo sei que esses momentos não voltarão jamais.

Abandonado pela consangüinidade,... Fui banido das tretas

Objeto de desejo do crime,... Fui drogado pelas letras

Aos irmãos de raça jamais desembainhei a maldade

Vivo os meus momentos com a consciência da infantilidade

E trago da experiência, os erros e poucos arrependimentos.

Sem rotina meus dias são-me sempre acontecimentos

Sei que o túmulo me aguarda com uma complacência de corno

Então ponho a paciência congelada dentro de um forno

E dia a dia com arrogância aspiro... O dia que vingarei a vida.

Minha memória é uma biblioteca de muitas despedidas

As lembranças trazem-me sorrisos em fotos de adeus

E sempre que olho no espelho,... Reflete o verme que sou eu.

CHICO DE ARRUDA.

CHICO BEZERRA
Enviado por CHICO BEZERRA em 03/09/2014
Código do texto: T4948669
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