Sopros da Alma

Vai vento...

Distribui o pensamento

Deste mundo em fantasias...

Dilacere as afasias...

Freme silente as cordas vocais,

Nos ares consoantes e vogais

Abordando os olhares...

Beba meus mares...

E só carregues de mim, à parte,

A pura pena da arte

Sorvida da tinta alma.

Rabisque na nuvem o verso

Sussurrado pelo universo e

Na língua do amor traduzido...

Desterre o ódio induzido...

Suscite calmaria incruenta às terras

Banhadas em sangue pelas guerras

Que a estupidez humana produz.

Leve conforto aos solitários,

Percorra esses calvários

E redima os cativos das armaduras...

Mesmo na crina das cavalgaduras...

Viaje livre das bandas do céu

Aos meandros do vergel,

Ofereça-me as matas e as estrelas...

Assim, nas noites eu fulguro,

Nos dosséis, eu sou maduro.

Sopro com todos os ardores...

Brilham as artes, brotam amores...

Adriano J Santos
Enviado por Adriano J Santos em 10/09/2014
Reeditado em 08/04/2017
Código do texto: T4956217
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