Vidas
Vida – aurora dos sonhos,
Vida – angustioso querer,
Vida – que passamos toda
Em busca de um real porquê.
São tantas interrogações
De respostas infinitas...
Vida que voa ao vento
Tornando-se mais aflita.
Vidas – que são esquecidas,
Vidas – que não são amadas,
Vidas – que não são vividas,
Que morrem pelas madrugadas.
Vidas – são abandonadas
Vividas pela metade
Vidas que fecham suas portas
P’ra não entrar felicidade.
Vidas – são tantas vidas
Que nem chegam a viver
Conhecedoras da morte
Sob o frio escurecer.
Vidas de muitos desejos
De poucos realizados
Vidas que vêem no futuro
Uma sombra do passado
Vidas – fontes de lágrimas
Vidas – “rios de sorriso”
Vidas – que são um inferno
Vidas que são “paraíso”.
Vidas – tantas vidas
Que esquecem de viver
E descobrem que eram vidas
Quando se vêem a morrer.
Vidas – solitárias, vazias
Vidas – dedicadas a outras vidas
Vidas – que se fizeram repletas
Umas às outras envolvidas.