BRASÍLIA I

Andei entre blocos,

no conjunto padronizado destituído de quintal,

na disposição do desenho inanimado.

Pisei na grama,

no diagrama de um plano central,

na vasta clausura do infindo espaço vazio.

Me atrevi no trevo,

na forma oblíqua da curva espacial,

na equidistância do vértice dissimulado.

Me perfilhei sobre o meio-fio,

na definição ideológica da linha fatal,

no limite belicoso do asfalto político.

E atravessei o eixo

por entre o intenso tráfego de sonhos

onde transitam, estranhos,

os escudeiros dos reis.

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 21/09/2014
Reeditado em 25/09/2014
Código do texto: T4970479
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