BRASÍLIA I
Andei entre blocos,
no conjunto padronizado destituído de quintal,
na disposição do desenho inanimado.
Pisei na grama,
no diagrama de um plano central,
na vasta clausura do infindo espaço vazio.
Me atrevi no trevo,
na forma oblíqua da curva espacial,
na equidistância do vértice dissimulado.
Me perfilhei sobre o meio-fio,
na definição ideológica da linha fatal,
no limite belicoso do asfalto político.
E atravessei o eixo
por entre o intenso tráfego de sonhos
onde transitam, estranhos,
os escudeiros dos reis.