Uma dferta
Vi um canário na gaiola
Em pleno estado de solidão
Guardei essa imagem na memória
Daquele pobre na prisão.
Apresentava um olhar sem brilho
Aquele pássaro de estimação
Vivia sozinho sem ver o filho
Sem saber qual a razão.
Não poderia imaginar
Que cairia numa armadilha
Perdeu a vontade de cantar
Nem pode ver a família.
Quando caiu no alçapão
Sua fome era demais
Mas tem momento de dizer não
Contrariando seus ideais.
Agora, vê o anoitecer lhe abraçar
Bem como o dia que nasce
E naquela grade só passa ar
Como se mais nada da vida restasse.
Seu espaço é muito restrito
Somente ele, água e comida
Foi preso e ninguém leu seu veredicto
E quanto tempo terá de vida.
Porém, o que fez o proprietário
Esquecendo a janela aberta
Lá se foi o nobre canário
Buscar na sorte, uma oferta.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com