Uma dferta

Vi um canário na gaiola

Em pleno estado de solidão

Guardei essa imagem na memória

Daquele pobre na prisão.

Apresentava um olhar sem brilho

Aquele pássaro de estimação

Vivia sozinho sem ver o filho

Sem saber qual a razão.

Não poderia imaginar

Que cairia numa armadilha

Perdeu a vontade de cantar

Nem pode ver a família.

Quando caiu no alçapão

Sua fome era demais

Mas tem momento de dizer não

Contrariando seus ideais.

Agora, vê o anoitecer lhe abraçar

Bem como o dia que nasce

E naquela grade só passa ar

Como se mais nada da vida restasse.

Seu espaço é muito restrito

Somente ele, água e comida

Foi preso e ninguém leu seu veredicto

E quanto tempo terá de vida.

Porém, o que fez o proprietário

Esquecendo a janela aberta

Lá se foi o nobre canário

Buscar na sorte, uma oferta.

Francisco Assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 25/09/2014
Código do texto: T4975374
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