ROTINA

Se eu te amo?

Hoje mesmo te dei meu amor, eu penso,

mas isto não muda absolutamente nada,

não altera a inércia nem a entropia.

O movimento contínuo, a aceleração constante.

Tudo esfriando e se expandindo até sei lá onde.

A certeza do meu amor segue os elétrons,

não altera o valor facial da existência,

mas é impossível firmar seu lugar no espaço.

Amar é dançar no escuro.

Basta-me saber que aqui estou,

assíduo e aturado,

operário que o seu ponto assina.

Dançar enquanto houver música,

os passos firmes no chão da rotina.

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 26/09/2014
Reeditado em 26/09/2014
Código do texto: T4976921
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