Espinho do mato
Quando ela viaja á trabalho
Fico roendo as unhas dos dedos
Sou uma árvore seca sem galho
Desafinado, fora de enredo.
Fico bruto e desacato
Todas as leis que o peito sente
Perigoso, qual um espinho do mato
Insensato e comovente.
Não respondo pelas atitudes
Que sou capaz de fazer
Sou parte sou plenitude
Pela falta que faz você.
Esquento a cabeça e fico louco
Tal qual barraco de lona
Depois, vou me regularizando aos poucos
Assim que você me telefona.
Minha língua fica pingando saliva
Envenenada de ciúme
Tem consistência fina e ativa
Embora não se acostume.
Desfaço tudo que criei
Só pelo medo de te perder
Uma insegurança que plantei
Não queira jamais conhecer.
Você não tem a mínima noção
Quando amo muito me apego
Sei que a distância traz solidão
Desabilita e deixa cego.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com