TOLICE

O que me amordaça a este olhar jactante

e me açoita de prazer com murmúrios e gemidos,

palavras sussurradas de quem se rende ou finge,

dissimulado ardil de quem domina o jogo.

Como criança deslizo a face em teu seio grande,

percorro cada espaço desse corpo quente,

astronauta desbravando um planeta novo.

Sedento do que brota em tua fonte,

fuço com a fuça teus pelos pubianos.

Fera enovelada na relva matutina,

ao vento que me traz teu hálito latente,

incenso que me arrebata à tua boca fina.

Amor espaço circunflexo

Matéria de calor e cheiro

Eu criança e astronauta,

animal sedento vulnerável,

julgando-me herói a conquistar de novo,

nada além de um tolo.

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 29/09/2014
Reeditado em 29/09/2014
Código do texto: T4980653
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