TOLICE
O que me amordaça a este olhar jactante
e me açoita de prazer com murmúrios e gemidos,
palavras sussurradas de quem se rende ou finge,
dissimulado ardil de quem domina o jogo.
Como criança deslizo a face em teu seio grande,
percorro cada espaço desse corpo quente,
astronauta desbravando um planeta novo.
Sedento do que brota em tua fonte,
fuço com a fuça teus pelos pubianos.
Fera enovelada na relva matutina,
ao vento que me traz teu hálito latente,
incenso que me arrebata à tua boca fina.
Amor espaço circunflexo
Matéria de calor e cheiro
Eu criança e astronauta,
animal sedento vulnerável,
julgando-me herói a conquistar de novo,
nada além de um tolo.