Lenta, a pluma desce:
pesam-me os olhos cansados,
o descer lento do cair estendido,
a viagem que não desejo.
 
Minhas retinas se prendem
à pluma caindo, como se eu me derramasse
– sem chão possível –
tédios em mim.
 
Se as fecho,
parece ainda mais lento o descer
de um cair tornado infinito, diante de um ainda
mais improvável chão;
 
mesmo que eu tente subornar
a imaginação:
 
meus olhos querem
o gosto da terra umedecida pela chuva,
e não da sequidão desértica; onde se fazem,
das quedas, petrificadas prisões.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 02/10/2014
Reeditado em 01/12/2014
Código do texto: T4984681
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