TRANSEUNTE

Quando você pisou sobre a faixa,

meu carro parou,

meu coração também.

Parou o trânsito.

Parou o tempo.

Parou o ar

e o meu pensamento.

Todos os sinais ficaram obsoletos,

entregues ao abandono.

Até o guarda estacou

e o som de seu apito súbito ficou no espaço.

O sorvete deixou de derreter na boca do menino.

A fumaça quedou sobre a carriola de churrasquinho.

Os transeuntes ficaram como frutas de cera

dispostas em baixela sobre a calçada.

O universo parou ESTERESTÁTICO.

Asael Souza
Enviado por Asael Souza em 04/10/2014
Código do texto: T4987004
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