guardiã

saborear tua pequena com doce incerteza

encadear, vulgarizar teu poema com a imortal maresia de

ipanema

ah, deusa da beleza... és mesmo santa princesa?

tua pele macia faz de mim pano de chão

saber que tua alma é segura, lambuza, derruba e balança

rugir de leão

é brotar arco íris de meu negro coração e abrigar magia nossa

de impiedosa paixão

é suave e prazerosa escravidão

servirei a ti como a quem serve um sultão

obedecerei a diluir teu beber no corpo nobre de um pobre

cidadão

pinóquio e seus solilóquios

porque ela afaga e aflora todo esse meu lirismo que beira a eterna paranoia do pão nosso?

pão nosso?

pergunte a qualquer sociedade embriagada de saberes ortodoxos

loucura é pra poucos

amargura é envergadura em armadura e vai além do

cosmos, gaia sob mim, caia sob mim teus

terremotos

cristiano rufino
Enviado por cristiano rufino em 06/10/2014
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