guardiã
saborear tua pequena com doce incerteza
encadear, vulgarizar teu poema com a imortal maresia de
ipanema
ah, deusa da beleza... és mesmo santa princesa?
tua pele macia faz de mim pano de chão
saber que tua alma é segura, lambuza, derruba e balança
rugir de leão
é brotar arco íris de meu negro coração e abrigar magia nossa
de impiedosa paixão
é suave e prazerosa escravidão
servirei a ti como a quem serve um sultão
obedecerei a diluir teu beber no corpo nobre de um pobre
cidadão
pinóquio e seus solilóquios
porque ela afaga e aflora todo esse meu lirismo que beira a eterna paranoia do pão nosso?
pão nosso?
pergunte a qualquer sociedade embriagada de saberes ortodoxos
loucura é pra poucos
amargura é envergadura em armadura e vai além do
cosmos, gaia sob mim, caia sob mim teus
terremotos