As cinzas do roseiral
Queima. O fogo consome
um jardim sem muros
e sem nome;
Ainda assim, secreto,
acolhido por montanhas sublimes
que o enaltece.
Um jardim de flores comuns;
O presente do estéril.
A inspiração do ébrio poeta...
Eis o profeta! Abrem-se as mãos,
e rolam as pedras.
Se despreza a face que envelhece.
Salvem a pétala de Maria!
O sofisma se esvaece
junto à fumaça.
Sacos grosseiros encobrem
o espetáculo do século;
A nudez recebe sua recompensa.
Os deuses assistem em silêncio
a epifania e as lágrimas sagradas,
sublimam as almas condenadas.
Inalam o malcheiroso prenúncio
de um crime culposo e passional;
Abrem-se as janelas das virgens.
O que restou do roseiral?
Apenas cinzas a encobrir os ideais.
A peleja terminou e
as espadas não ferem mais.
Dos olhares de desgosto
jorram águas turvas.
Já não se ouve o canto dos pássaros,
e as montanhas
não são mais tão imponentes.
O tempo cumpriu sua missão;
O sono já destila sua benção...
Dos sonhos reconstroem-se as máscaras.