Cochilo dos deuses
Os deuses do meu coração parecem dormir,
já não escutam o meu arguido clamor.
O ouro se foi ao vício,e não pude resistir...
E o amor? Este desconhecido, não o deixei se impor.
Pra longe com a sorte que se compra com a prata.
Trata com o destino um caminho ascendente.
Mente para a morte gritando: Eu não tenho medo!
Cedo chega o julgo para as almas decadentes.
Vista-se para o baile, a festa da lua nova,
os rituais o aguardam, e o vinho já destila.
Peça ao mestre empírico uma revelação, uma prova,
E que as donzelas o favoreçam do sacrifício da partilha.
Permita-se voar... Ao cair do corpo desancorado;
Permita-se sentir... O beijo do dragão domesticado;
Permita-se tocar... O rosto do amor desacordado;
Permita-se viver... O instante eterno do olhar enamorado.
Meus deuses não cochilam, quem dirá dormir.
Ainda restam muitos castelos de areia a ruir.
Meus sentidos não respondem mais, me sinto normal!
Mais uma noite termina, de volta estou ao mundo real.