Mutilações II

(Para um amigo e poeta Fernando Tanajura Menezes)

Cortem minhas asas de poeta
E serei eternamente amargurado

Tirem-me o papel e a caneta
E serei um ser sem razão de vida

Joguem-me atrás das grades geladas
E não sentirei a poesia dos pássaros

Cortem minhas orelhas e ainda ouvirei
O choro dos derrotados

Esmaguem meus braços
E continuarei a me rastejar na escuridão

Queimem meus olhos a ferro em brasa
E não ouvirão qualquer grito de dor

Me façam dormir o sono eterno
E sonharei com rimas, poemas e musas.
José Benício
Enviado por José Benício em 17/10/2014
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