Mentiras
Ainda estava vivo
Capaz de abrir a janela da boca
E vomitar suas mentiras,
A qual foi ingerindo
Durante a alimentação.
Enganado por engano,
Foi chegando o momento
Que não se admitia o limite.
Fui abrindo as casas da minha camisa
Deixando livres todos os botões
Já que tudo isso
Não me fizera uma boa digestão.
Senti todos os chutes
Nas paredes do intestino
Do grosso e do fino.
Não quis danificar o solo
Forrei com pano o meu colo
E como larva de vulcão
Fui cuspindo,
Atravessei uma estação.
Perdi meus sapatos
Agora me sinto com os pés no chão.
Entre soluços de alívio
Pude observar cada uma delas,
Tinha rugas do tempo
Outras eram mais recentes.
Porém, antes desse derrame
Um engano convívio.
Tentei contá-las, mais eram tantas
Faltou saliva na garganta
Naquele abismo infeliz.
Essas mentiras causaram seqüelas
Deixara cicatriz,
O restante, tão fulminante e singela
Encontra-se com ela
Causando tristeza e íngua
Ainda residindo ali, sob a língua.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: Assislike1@hotmail.com