Poeta órfão

Eu sou maldito

sou aquele que observa

aquele impaciente

que a alma não sossega

Eu sou a dor

sou aquele que engasga

aquela bola na garganta

do viciado na praça

Eu sou a febre

sou a quentura do delírio

aquele segundo tremido

do parente deprimido

Eu sou a pele

sou o próprio lobo

aquele de dentes podres

prestes a lhe rasgar

Eu sou poeta

sou selvagem da cidade

aquele que amassa a vida

e usa o devaneio

Eu sou a angustia

sou de nenhum pai

aquele que me poe pra dormir

tem rótulo e só as vezes se vai.

Robert Ramos
Enviado por Robert Ramos em 22/10/2014
Código do texto: T5007871
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