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Vou sobreviver, mais uma vez....

Meu canto, então, se fez pranto
Minha luz, de repente, foi apagada
Meu dia se fez noite sem passar pelo entardecer
Meu sorriso congelou nos lábios e me fez emudecer
Minhas palavras adquiriram a acidez do mais intenso vinagre
Minha voz ficou presa na garganta
Meu soluço machucou minha alma
Minha dor cavou feridas no meu coração
Minha vida, de repente, se perdeu
em meio ao turbilhão de sentimentos conflitantes
que se apossaram do meu ser
Nada do que falei
Nada do que escrevi
Nada do que mostrei
Puderam modificar o curso de dor e angústia
que minha história tomou
Hoje, é mais um dia de escuridão
Mas, como todos os outros, sei que em algum momento
por mais improvável que pareça
a luz entra pelas frestas da janela outra vez
e a vida, aos pouquinhos, vai voltando para junto de mim
Vou sobreviver,
pois sobreviver é só o que tenho feito, há tanto tempo,
que nem me lembro mais quando foi a minha primeira quase-morte.