Cacimba
Era tão bom abrir uma cacimba
Próximo do quintal de casa
De manha encher a moringa
Naquela riqueza tão rasa.
Minas com água cristalina
Com lençol purificado
Molhando as flores da colina
E as rãs daquele banhado.
Gostoso pisar no capim
Respirar de leve o solo cheiroso
Era inexplicável pra mim
Um presente maravilhoso.
A vivência era tranqüila
Trilhava nas linhas da face
O que planta não se aniquila
Tal qual minha horta de alface.
A nascente uma das mais ricas
Borbulhando sem parar
Montava-se monjolo na bica
E a água chegava ao lar.
Hoje, a história ta diferente
Vejo um quadro assustador
E quem paga o preço é a gente
E a mina corrente secou.
Até as minhocas partiram
Não suportaram tamanha sede
Minhas verduras já sucumbiram
Sobrou eu a tristeza e a rede.
Francisco Assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com