Cacimba

Era tão bom abrir uma cacimba

Próximo do quintal de casa

De manha encher a moringa

Naquela riqueza tão rasa.

Minas com água cristalina

Com lençol purificado

Molhando as flores da colina

E as rãs daquele banhado.

Gostoso pisar no capim

Respirar de leve o solo cheiroso

Era inexplicável pra mim

Um presente maravilhoso.

A vivência era tranqüila

Trilhava nas linhas da face

O que planta não se aniquila

Tal qual minha horta de alface.

A nascente uma das mais ricas

Borbulhando sem parar

Montava-se monjolo na bica

E a água chegava ao lar.

Hoje, a história ta diferente

Vejo um quadro assustador

E quem paga o preço é a gente

E a mina corrente secou.

Até as minhocas partiram

Não suportaram tamanha sede

Minhas verduras já sucumbiram

Sobrou eu a tristeza e a rede.

Francisco Assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 24/10/2014
Código do texto: T5010162
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.