Massa quente

Descendo pela calçada da avenida

Sempre procurando uma sombra melhor

Quero fugir do sol, dessa brasa ardida

Ando perdendo muito suor.

Tenho notado o destempero do clima

O azul do céu cada vez mais limpo

Vejo o cruzeiro e estrelas sem rima

O ouro, a se esconder do garimpo.

As nuvens já desceram a serra

Parece não querer voltar

Sem chuva a gente se ferra

Vivendo nesse forno a assar.

Mesmo depois que o sol vai embora

O calor permanece passeando

Sem destino pela noite a fora

Meu Deus, suportar até quando?

A brisa decidiu se afastar

Deixando as folhas em inércia

De redemoinho nem ouço falar

Se vir alguém dizer, mera conversa.

Falar de geada já parece mito

Mas naquele tempo existia

Vejo agora picolé caindo do palito

E essa massa quente não alivia.

Que conceito terá disso

Meu alvo maior, matar minha sede

Somos peixe a viver submisso

Que não seque o lago, lençóis e a rede.

Francisco Assis silva é poeta e militar

Email: assislike1@hotmail.com

maninhu
Enviado por maninhu em 24/10/2014
Código do texto: T5010592
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