Soneto pra nordestinar

E pra desestruturar o soneto, cá fica o desespero

Onde para a nação, onde se encontra o conserto?

Burro não é o nordestino, burro é o seu preconceito

Paulista também tem bolsa, também sofre com desemprego

Começando pela pior parte, partindo já do esfalfado

Onde já se viu, ofendendo quem já é quase crucificado

Paulista não tem sotaque, não é desempregado?

Nordestino por diversas vezes é muito bom, abalizado

Paulista é exemplar, não estupra, não rouba, tem água abundante

Paulista quando se trata de negação, é a parte culminante

Parece que é povo enganado pensa que é burguês, mas é só errante

Paulista pensa que é superior, mas é só intolerante

Pensa que sabe de tudo, não admite a própria incapacidade

Mas aqui, entre eu e você, eu prefiro aquele que é de verdade

Não tem essa de paulista, nordestino, baiano ou sulista

Tem aquele que realmente pensa, aquele que conquista

Tem aquele que supera qualquer expectativa, que batalha

Que sabe que a vida não falha, e que se dispõe a melhorar

Já não sendo mais um soneto, como bom brasileiro

Usando as regras pra quebrar, me pondo em outro lugar

Mesmo não sendo de lá, só por ser brasileira

Sugiro a todos pelo menos por um dia, a alegria de nordestinar

Jaina
Enviado por Jaina em 28/10/2014
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