Triste pequenino
Por que choras, pequenino?
Vislumbro tamanha tristeza
Guardada no cerne do teu ser
A refletir-se na alma
Por gordas gotas de lágrimas
Que enchem os olhos teus
E, transbordando, rolam
Em tuas róseas bochechas
Que só carinhos e beijos
Deveriam o sabor conhecer
Criança
Tua face
Tem de ser retrato de candura
Espontaneidade pura
Fonte de sorriso
Em constante renascer
És pequena semente
Que lança no olhar
Flechas de esperança
Não chores, pequenino
Não permitas desalento fazer ninho
Em teu tenro coração
Enxugues em meu peito tua dor
Calado fica meu ser ao teu clamor
Que, mudo, mancha a memória
De tua meninice
Que deveria ser só de amor e faceirice
Inocência
Céu azul
Cantigas de roda
Lápis de cor
Que disritmia
Que olhos não vêem?
Que mãe não percebe
Coração tão repleto de dor?
Sonhei para ti e para tantos
Pequeninos do mundo
Futuro
De felicidade e amor
Quero ver-te sorrindo
Cantando, pulando
Tal qual pintainho
A brincar em seu ninho
Quero cantar-te canções!
Quero mostrar-te a força do abraço
O sorriso a fazer laço
Mistura de beijo sujo de bom-bom
Quero que tu, pequenino
Volites por sobre campos floridos
Visite comigo os amigos queridos
Conte-me estórias de bravura e pureza
Quero ver-te brincar de pés descalços
Fazendo castelos de areia
Plasmando inocência
E cheirando a perfume da natureza
Quero que voltes a saber ser
A inocente semente do alvorecer!